sábado, 8 de novembro de 2008

Tempestades...

E então vemo-nos a braços com situações paradoxais que, de um segundo para o outro, transformam o mais calmo dos oceanos no mais tempestuoso e revolto dos mares. É nessa altura que a nossa jangada, outrora aparentando uma construção bastante firme e coesa é, agora, arrebatada metros acima da linha d’água e que, os nós que a unem, ameaçam a desfragmentação iminente. Olhamos à volta em busca de algo onde nos possamos agarrar, mas em vão… Nada existe, a não ser a presença das megalómanas e colossais ondas esmagadoras, que persistentemente vão consumindo e destruindo a nossa pseudo-segurança flutuante, com a fúria de quem parece determinado a derrubar o seu pior inimigo. No meio de tamanha e desconcertante agitação, o nosso íntimo pede desesperadamente um pequeno raio de sol, que indicie o fim da tempestade e, quando o vemos, já não somos capazes de distinguir a realidade da alucinação.


Por: Tiago Santos