quinta-feira, 15 de outubro de 2009

Já não há barbeiros...

Já não há barbeiros

Nem cadeiras de barbeiro,

Onde nos possamos sentar

E olhar, o olhar do nosso olhar

Reflectido no espelho

Da cadeira do barbeiro,

Onde rasam tesouras rente às orelhas,

Enquanto nos sentamos

Na cadeira do barbeiro,

E pensamos em tudo e em tudo

Porque temos tempo para pensar

Para reflectir e analisar

Quando estamos sentados

Na cadeira do barbeiro,

Sem outro remédio senão

Fitarmo-nos continuamente

E ver quem fomos, quem somos

E quem viremos a ser

Num mundo onde já não há

Cadeiras de barbeiro.


Por: Tiago Santos