Já não há barbeiros
Nem cadeiras de barbeiro,
Onde nos possamos sentar
E olhar, o olhar do nosso olhar
Reflectido no espelho
Da cadeira do barbeiro,
Onde rasam tesouras rente às orelhas,
Enquanto nos sentamos
Na cadeira do barbeiro,
E pensamos em tudo e em tudo
Porque temos tempo para pensar
Para reflectir e analisar
Quando estamos sentados
Na cadeira do barbeiro,
Sem outro remédio senão
Fitarmo-nos continuamente
E ver quem fomos, quem somos
E quem viremos a ser
Num mundo onde já não há
Cadeiras de barbeiro.
Por: Tiago Santos