segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

Boas festas!

As pupilas dilatam em massa quando o frio aperta. Os Barões recostam-se e sorriem, confortados pelas esféricas barrigas dilatadas pelo socialmente correcto, enquanto o fumo dos charutos empesta a selva moral com o pútrido cheiro da hipocrisia: a terrível arromba-mentes!
Lá fora, zombies sorridentes atropelam-se nas ruas iluminadas pela Câmara “Unicipal”: um Hospital de prioridades infectadas por um cancro que gargalha, tal criança que assiste à miséria do palhaço pobre no Indignalli Circus! Entre queixumes, discórdias e etiquetas, a calçada vai escutando os alegres gemidos dos que São Nicolau cegou, com a negra poeira das chaminés da inocência. Embriagado pela beleza sazonal, fundo-me com a multidão e preparo-me para a orgia de sorrisos e abraços que brevemente me espera e a qual aceito, com uma paradoxal vontade genuína de quem desiludido, não quer desiludir! O relógio das tarefas não pára e o ponteiro dos segundos, estimula-me a locomoção num compasso acelerado, orquestrado por um Maestro cuja sanidade ficou algures perdida pelos caminhos da rotina. Ele não escuta, apenas comanda! Louco, alucinado, num frenesim de esbracejares apressados que o despenteiam, em plena harmonia com o olhar esbugalhado e sorriso tresloucado.
Aplausos!

Por: Tiago Santos